Quem tem medo do lobo mau, lobo mau, lobo mau
Quem tem medo do lobo mau, trá-lalála-lá-lá!
Essa música dos três porquinhos zombando do lobo, no disquinho colorido da minha infância, não me sai da memória. Sempre que eu vejo alguém com medo de alguma coisa boba como o mané lobo mau que termina com o rabo queimado, o tralalá me volta à cabeça.
Eu conheço gente que tem medo de internet. Pior. Tenho CLIENTES que têm medo de internet. Isso não seria nada demais se eu não fosse um webmaster. Minha falecida e querida tia Thê tinha medo da internet, mas ela nunca jamais pensou em ter um site para se promover.
Vamos ao “case”. Um cliente (sem nomes para evitar constrangimentos) que há vários anos mantém um site comigo, esporadicamente, quando a secretária insiste muito, me envia algum material para atualizar o site.
primeiro ponto estranho: a secretária precisa empurrar o patrão para atualizar o site?
Na maioria das vezes o serviço consta em atualizar o texto de uma página e replicar galerias feitas com um javascript plugin do dreamweaver, aplicando novas fotos. Esse site foi feito há vários anos, numa época em que as redes sociais ainda engatinhavam. Flickr ainda nem existia. Esse trabalho de atualizar fotos na galeria em javascript é enfadonho e complicado, impossÃvel de ser delegado a um não-nerd.
Gastei a ponta dos dedos de tanto escrever para esse cliente, explicando que, por um custo próximo ao orçamento para atualizar as fotos, eu faria um site inteiro novo para ele, usando plataforma (wordpress) muito mais moderna e vantajosa, e que a partir daà ele mesmo poderia alimentar o site a cada novo trabalho, e assim o Google indexaria melhor o site e ele teria um retorno maior, enfim, o site deixaria de ser a tela de fundo dos monitores da empresa dele para ganhar o mundo e agir como um site comercial deve: captando clientes.
Proposta irrecusável, não acham?
segundo ponto estranho: a proposta foi recusada: o cliente não encara o site como um investimento que deva dar retorno. Muita gente boa considera investimentos em publicidade como “despesa”. Não concordo mas, fazer o que, aceito.
Recentemente chegou outra solicitação de inserção de fotos em galerias do site. Faz parte do meu trabalho, à s vezes, contestar as solicitações dos clientes e sugerir alternativas que a minha experiência e/ou meu conhecimento técnico dizem ser melhores opções. Nesse caso especÃfico, recomendei abrir uma conta no Flickr e lá postar as fotos, dividindo-as em coleções assim como é feito dentro da galeria interna do site dele. Desta forma as fotos teriam uma visibilidade muito maior e a marca dela iria se popularizar proporcionalmente.
terceiro ponto estranho: novamente a proposta foi vetada: “não precisamos de mais visibilidade. Faça seu orçamento para publicar as fotos dentro do nosso site, como sempre fizemos”
Meu orçamento foi X para publicar as fotos no site ou X/2 para publicar as fotos no Flickr.
Não obtive mais resposta. Acho que o cliente desistiu de publicar qualquer foto. Com essa mentalidade, estranho até o fato dele insistir em manter um site e gastar dinheiro com hospedagem.
Esse é um caso extremo. De uma pessoa que, provavelmente, se achou obrigada a ter um site porque “todos os outros têm”, mas por razões diversas e inexplicáveis, prefere não usufruir das vantagens de ter um site.
Mas existem casos mais leves onde o cliente resolve investir em um site, animado com a promoção que a sua empresa terá, mas nem sabe que existem os métodos de medição da eficiência do site – as famosas métricas, que não só nos dizem se a visitação vai bem ou mal, mas também indicam quais as preferências dos leitores, suas caracterÃsticas geográficas, técnicas e toda uma gama de informações que podem guiar futuras alterações no site para torná-lo mais eficiente.
quarto e último ponto estranho: São rarÃssimos os donos de sites que se preocupam com retorno de seus investimentos, o que os entendidos chamam de ROI.
Existem, na verdade, outros que pensam de forma absolutamente (ou perversamente) inversa. Mas isso é assunto pra outro artigo. Já falei demais por hoje.
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