Diante da disseminação dos pharma hacks – denominação comum para o Google Cloaking Hack – e da mobilização para tentar exterminar a praga, aparecem questões interessantes que eu não tenho competência para responder: quem sai ganhando com a disseminação de um malware? A quem, exatamente, as pessoas que os disseminam querem atingir? Por que os mecanismos de busca não cortam o mal pela raiz, criando algoritmos que ignorem os spams? Quem está satisfeito de ver que milhares de páginas aparecendo deturpadas nos mecanismos de busca?
Tentar impedir o malware caçando e eliminando as suas manifestações me parece inútil como matar baratas a pisadas. A mesma pesquisa que eu fiz, dias atrás, para avaliar o tamanho da infestação do Pharma Hack e que resultou em 82 mil respostas do Google, hoje resultou em 85 mil. Demonstra que correr atrás do prejuÃzo não está dando certo.
Esse novo modelo de picaretagem dribla, de forma bastante inteligente, os agentes de segurança que deveriam barrá-lo e, pior que isso, dilui a ‘responsabilidade’ do efeito danoso entre o dono do website, que se deixou invadir, e o robô do Google, que é tão inteligente para algumas coisas e tão burro que não percebe que há algo de muito errado no conteúdo de uma página invadida. Ambos estão sendo feito de bobos pelo pharma hack.
Diz aquele clichê new age que, em chinês, a palavra “crise” é composta de anagramas que significam “perigo” e “oportunidade”. Apesar de duvidar da veracidade disso, não posso deixar de concordar que, mesmo numa invasão de anuncios de viagra, o que não nos mata nos torna mais fortes. Agora estamos prontos para estas e outras sacanagens… ou, pelo menos, um pouco mais experientes. Enquanto isso, os criadores dos Pharma Hacks já estão pensando numa nova forma de nos azucrinar e reverter a balança do perigo/oportunidade para o lado deles, sabe-se lá com que propósito… se é que existe algum propósito.
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